UM CORAÇÃO VOLUNTÁRIO
Claudinho e Rebeca, Hospital da USP, Baurú SP, Maio 2012 |
“Bem aventurado os
misericordiosos porque alcançarão misericórdia”(Mt.
5:7).
Voluntariado é algo que sempre fez a diferença na vida das pessoas. Na sociedade brasileira demonstra caráter de
disponibilidade, disciplina, trabalho em equipe, iniciativa e criatividade.
Isso ajuda no crescimento profissional, principalmente dos jovens brasileiros.
É assunto recorrente, algo bem atual e tema da moda no Brasil. As empresas e
corporações sempre estão de olho em pessoas que tenham essas habilidades.
Uma pessoa voluntária sempre está disposta a
ajudar, contribuir, colaborar de coração aberto e contente. Geralmente essas
pessoas estão inseridas em algum projeto social em seu bairro, em sua escola,
em sua cidade. Fazem parte de alguma associação, clube ou instituição que logo
se identificam.
Os verdadeiros voluntários não estão preocupados
com status, títulos, salários ou promoções porque em seu campo de atuação não existe
essa possibilidade.
Nem sempre encontramos pessoas com essa
característica e, que estejam obrigatoriamente, associadas a alguma sociedade
civil sem fins lucrativos, formalizando as suas ações. Muitas vezes encontramos
atitudes de disposição e disponibilidade em todos os lugares e de maneira
informal. Vimos esse comportamento em escolas, faculdades, no trabalho e até em
casa. São pessoas que têm o coração espontâneo. Nasceram com o dom de servir. É
aqui que desejo chegar: na visão bíblica do serviço. Em ser voluntário cristão,
ser servo do reino de Cristo.
Em nossas igrejas podemos encontrar muitas pessoas assim. Pessoas que
servem a Deus de forma especial. Que estão sempre prontas a se disporem em
favor de sua família, em favor de seus amigos, em favor de seu próximo, em favor
de sua congregação. Nenhum voluntário espera por aplausos. Seus corações não
estão preparados para isso. Facilmente se
entregam ao labor ensinado por Cristo. Sem resistência, sem força, sem precisar
de pressão. Os voluntários muitas vezes são desprezados pela congregação e mal
interpretados pelas críticas diretas ou indiretas que ouvem de outros irmãos,
pois apesar de fazerem as coisas de forma plena e espontânea tem sempre alguém
reclamando de alguma coisa. Contudo, eles não estão preocupados com isso, pois
o alvo deles é alegrar o coração do Pai.
Os voluntários são amorosos, cuidadosos, gentis e prestativos. Já viram
gente assim? Eu conheço muitos homens e mulheres assim. Mas, eu cresci vendo
isso em minha casa. Não éramos cristãos ainda, porém, minha mãe era a mulher
que mais eu admirava na infância. Nunca vi uma pessoa mais gentil e voluntária
que minha mãe até os dias de hoje. Quem a conhece ratifica esse texto e sabe
que não estou exagerando. Poucas mulheres criaram seis filhos de forma tão
amorosa e especial. Ela era capaz de não dormir durante a noite toda para
cuidar de algum filho que merecesse atenção especial como numa situação de
enfermidade por exemplo. Nada nos faltava, tudo sempre estava pronto na hora
certa, da forma certa. Minha mãe sempre fez o melhor para servir seu marido e
seus filhos. Às vezes ela se zangava, mas logo, logo, voltava a servir com o
melhor que podia dispor para a sua família, parentes e até para seus vizinhos.
Ela sempre tem algum presente para entregar a um vizinho ou visitante. É admirável!
Coração sempre aberto, coração de serviço. Isso está no seu DNA, servir. Até
hoje vejo minha mãe fazendo as pessoas felizes. Se alguém quiser se sentir bem
feliz, basta dar uma passadinha na casa de minha mãe. Ela servirá você com
muito prazer, com muito zelo e amor.
Foi muito fácil para eu poder entender o que é servir com um coração
voluntário e disponível. Cresci assim. Aos doze anos entreguei minha vida a
Cristo. Anos mais tarde toda a família seria salva por Cristo. Já na igreja
crescia avançava no trabalho voluntário de evangelismo. Era daqueles adolescentes
que não tinha nenhuma vergonha de receber instruções de como servir melhor a
Jesus e às pessoas.
Muita gente fala que não nasceu para ser calda
e, sim, cabeça, etc... Contudo acham que com esse “jargão” serão úteis a sua
maneira. Não querem servir primeiro para depois ensinar o serviço, como fez o
nosso mestre Jesus. Eu tinha doze anos de idade quando comecei a aprender sobre
o serviço cristão. É claro que não foi tão fácil assim. Lutas e perseguições,
preconceitos e críticas maldosas sempre passei. Trinta e dois anos se passaram
no evangelho, nada mudou quanto ao
sofrer pela causa de Cristo. Mas, isso é bom.
Contudo, conheço muitos cristãos que não saem
de seus sofás cativos na igreja porque tem medo de pregar evangelho. Muitos
cristãos são agentes secretos do reino de Cristo porque tem vergonha de pregar
o evangelho. Não fazem diferença alguma em casa, na vizinhança, no trabalho,
nem na igreja. As ruas, avenidas, hospitais, abrigos, escolas, shoppings e
outros lugares públicos lhes parecem ser um grande terror!
Jesus, porém, disse:
“Mas qualquer que me negar diante dos homens,
eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus.”
(Mt. 10:33)
Hoje posso ensinar o que aprendi desde criança.
Eu não nasci grande, nem sou, nem nunca serei... Desde menino eu ajudava nos
pontos de pregação de esquinas e praças da cidade. Carregava bancos, caixas de
som, microfones, instrumentos musicais, etc. Logo, logo já estava aquele menino
cantando e pregando com seu discipuladores, aqueles missionários
norte-americanos na Amazônia. Fazíamos evangelismos de casa em casa. Ganhávamos
muitas famílias para Cristo. Íamos ao interior desfavorecido pelas distâncias que
os rios amazônicos apresentavam... Ajudar
a construir voluntariamente congregações e igrejas à base de madeira e tijolos
era rotina dos adolescentes daquela época. A diferença desse voluntariado é
simplesmente o AMOR. Nos dias de hoje, ensino o que aprendi. Aprendi a ser
cauda primeiramente. Aprendi a amar almas, pessoas, famílias. Naturalmente acabei
por me especializar nessa área: PESSOAS.
Reconheço que não nasci para sentar em
banquinhos de sumô, mas para carregar esses banquinhos nas costas, levando-os
para as praças, para lidar com pessoas. Em minha adolescência e juventude pregava
o evangelho com megafones nas mãos. Nunca precisei de “títulos” para isto. Nem
hoje preciso. Aliás, não sei quem disse que o evangelho é só título, púlpito, cadeiras e microfones?
Ora, teologia sem prática não
passa de um discurso vazio e inoperante.
Títulos não salvam ninguém, títulos não pregam
a ninguém, títulos não frutificam, mas o sacrifício de Jesus na cruz do
calvário a tudo sobrepuja. É impossível amar a Jesus e não desejar ardentemente
compartilhar desse amor com o próximo!
Não podemos servir a Deus e ao próximo em toda
a sua plenitude se dentro de nós não existir o AMOR. Quando amamos de verdade e
não só de palavras, nada mais é tão especial e tão importante que isso! Servir por
amor.
Nenhum homem de Deus que vimos na Bíblia serviu
nessa terra por ter medo de Deus, vendo-o se irar contra ele e a sua família.
Ninguém. Nenhum profeta, nenhum rei, nenhum discípulo ou apóstolo que serviu DE
VERDADE serviu por medo, mas, sim por AMOR.
Esse AMOR não é amor de um ‘senhor de engenho’ para um escravo, mas, sim de um PAI para filho.
Quando um filho serve a seu pai, não espera
receber nenhum valor de volta que não seja o AMOR DO PAI. Só isso! NADA MAIS!
Um filho não é escravo. É amigo. Um filho que só serve a si mesmo está fadado
ao fracasso. (ver história do Filho Pródigo).
Ora, pare de pensar só em sua casa, só em seu
carro, seu salário, seus estudos, carreira, etc... O seu tesouro não está aqui!
Está lá no céu! Divida desse tesouro com os outros. Há muitas pessoas lá fora que precisam que
você COMPARTILHE as coisas do Reino de Cristo!
Sirva ao seu Pai. Sirva a DEUS, sirva ao
próximo! Compartilhe das coisas do reino de seu Pai com os outros. Seu Pai
(DEUS) tem um reino e esse reino não é apenas seu. Agora levante dessa poltrona
quente, confortável e cativa de sua igreja.
As nossas igrejas estão cheias de crentes
obesos na fé. Há cristãos derramando banha de bíblia, mas não compartilha dessa
caloria. Tem gente fazendo sopão de letras da Bíblia somente para si! A Casa de
Deus não é uma praça de alimentação cheia de gorduras e calorias onde você
alimenta a sua “carne” em vez de alimentar o seu espírito e a sua alma.
Mudemos a nossa alma (Rm. 12:1). Vamos lá fora,
oferecer um pouco de pão e vinho, servir um banquete ao próximo em qualquer lugar
que estivermos passando. Quando não puder ajudar, tenho que dar o mesmo conselho de Jesus: AJUDE.
“Porque não me envergonho do evangelho de Cristo,
pois é o poder de Deus para a
salvação de todo aquele que crê; primeiro do
judeu, e também
do grego”. (Rm. 1;16).
Até uma próxima.
claudinho.adore@hotmail.com
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